Religiões Mundiais e a comunicação inter-religiosa

INTRODUÇÃO

A importância de conhecermos os paradigmas da comunicação inter-religiosa, é um dos maiores desafios para o terceiro milênio. Estamos muito diante de um campo, com forte característica neutralizada, pelo recrudescimento da violência e da intolerância, sem uma alternativa ou possibilidades legítimas, sem que um dos lados, não sinta a dor da perda. Mas seria possível uma promoção de unidade entre religiões, embora existam diferenças, é possível a convivência e o respeito.

Singularidade do Evangelho (201-203)

E bastante complexa as inúmeras questões relacionada ao tema da Singularidade do Evangelho, mas é evidenciado segundo McGrath, (1996) em função dos tempos criativos do modernismo e do pós-modernismo, com uma clara relação com o crescimento do evangelicalismo. Vamos analisando o texto de McGrath, (1996) e chegamos a colocação positiva de que o evangelicalismo é uma crença resiliênte e coerênte, onde cada mundo religioso possui diferentes desafios que mais fragmentas o que acreditam. Ao colocar no tempo da modernidade as razões pelo qual durante o século XIX o evangelicalismo imprimiu suas marcas que exerceram grandes influência teológica, deixnado a deriva o Iluminismo, ainda que ainda estão abertas os ultimos vestígios destes. Podemos acrescentar nas palavras de McGrath, (1996) ”Evangelicalismo ainda não completou o ajuste apologético e teológico ao declínio da modernidade; esta tarefa continua sendo uma prioridade para o movimento”. O atual tempo, seja a pós modernidade, acentua uma verdade que somente o evangelicalismo prega e considera o fundamento de sua existência. Por um lado pode ser que a pressão cultural seja considerada um fator de risco, mas sera prevalecida, mesmo que se detém a questões puramente do ponto de vista do pluralismo religioso.

Natureza do pluralismo (203-207)

A natureza do pluralismo encontra com faces voltadas seha para o intelectual ou intelectual, mas está no religioso a identidade da ideologia que esculpiu na ideia iluminista o fracasso do apoio dado pela razão humana. O Cristianismo tem seus desafios, mas não é irresponsável e omisso – que torna um apelo a negação de posição histórica. Pois assim alguns estudiosos como teólogo de Princeton, Diógenes Allen, e Newbigin, preferem considerar ”que o pluralismo deve ser encorajado e desejado” McGrath, (1996, p.203).

Mas se temos no pluralismo religioso a presença de duas ou mais visões de mundo, como igualmente aceitáveis, seja na mesma crença no tocante a doutrina (exemplo Judaísmo, Islamismo e Cristianismo), mas são essas religiões independente uma da outra, em sua inteira religiosidade. Isso já era evidente no tempo da igreja primitiva, onde o convívio inter-religioso e filosófico reunia em um mundo de competição e convicções intelectuais diferentes, o que veio culminar com o surgimento da igreja cristã dentro do próprio judaísmo ou a expansão helenística. Esse convívio sempre gera expansão, e o a instituição da competição cria espaço para a criatividade evangelística ou a estagnação, o que torna os menos evidendes fracassos eminentes, por falta de consistência no seu núcleo teológico ou sistema de crença.

O mundo globalizado exerce uma influência magnífica no apelo plural. Como ocorrido no primeiro século a importância da língua grega falada, em todo mundo conhecido daquela época, contribuiu para expansão do cristianismo e o debate com outras religiões. Em plena era contemporânea, estamos no salto da globalização econômica, política e linguística – estamos participando desde a segunda metade do século XX, de uma mudança radical no campo da aceitação das outras religiões, como o eixo migratórios de  populações em todo globo. Logo, estamos nos deparando com os fatores que nos fazem diferentes, enquanto cristão – a necessidade de diálogo religioso, o que é diferente do diálogo ecumênico. Segundo McGrath, 1996, p. 204 ”Na Inglaterra, o hinduísmo e o islamismo tornam-se focos de identidade para as minorias étnicas. França foi abalado pela nova presença do Islã por meio da imigração de seu ex-colônias do norte da África. As grandes cidades da Austrália e do litoral oeste da América do Norte se tornou o lar de grandes número de povos do sudeste da Ásia”. 

Uma questão muito intelectual de resposta a um fenômeno exclusivamente histórico. A tônica dessa relação não deve estar em reivindicar a verdade para si, mas para Jesus Cristo, que através do testemunho nos seus seguidores, se revelará. 

Qual é a religião? (207-211)

As religiões mundiais existem em certo sentido por causa da insatisfação humana, quando focamos nos pretexto de sua criação. E sempre uma tentativa de melhorar o que já existe, é uma forma de mostrar particularidades de grupos objetivando exclusividade. Toda adaptação a novos contextos, ocorrem com uma visão muita das vezes legalistas elaboradas intelectualmente. Se todas as religiões no mundo é a tentativa de melhorar o que já existia, então há de convir que em algum momento da história, iniciou através do primeiro homem. 

A experiência humana com a primeira 'religião', desencadeou a reflexão a respeito de si mesmo, e daí cada um em seu habitat, conheceu a insatisfação pessoal. McGrath, 1996, p. 208 declara que ”Devemos, portanto, suspeitar intensamente dos ingênuos suposição, comum aos estudantes ocidentais de religião (e em última análise, refletindo sua perspectiva culturalmente condicionada), que 'religião' é uma categoria bem definida, que pode ser bem definida e distinguido cirurgicamente da "cultura" como um todo”. Qual é a religião? McGrath acrescenta ”Toda a questão do pluralismo religioso tem sido fatalmente falho por uma mentalidade que exige que tudo seja reduzido ao mesmo molde”.

Diálogo, respeito e desacordo (211-220)

Na seara pública do debate religioso, enfrentamos uma super proteção ao evangelicalismo. Logo isso é positivo na história, mas por vez ultrapassa o que deveria representar desde o ministério de Jesus Cristo, quando estava presente em toda camada da sociedade e com todo tipo de pessoas. Nos parece uma ideia muito ecumênica, mas também mostra uma fraqueza devota dos cristão, que não expor em diálogo aberta, perde a oportunidade de falar de sua crença. Sujeita nesse tempo muita intolerância, tal como combate os mais fundamentalistas existentes em outras religiões. Declara McGrath, 1996, p. 213: ”A supressão deliberada ou evasão de diferenças são academicamente inaceitáveis e não podem ser toleradas por qualquer pessoa preocupada em fazer justiça às religiões do mundo como elas são visto por seus próprios adeptos, ao invés de artificialmente versões reconstruídas dessas religiões que emergem da tendências homogeneizantes de estudiosos da religião”.

O Cristianismo é de fato uma religião diferente. A única onde seu autor, é o seu Deus e o mesmo é o salvador, não delegando a terceiro e nem dividindo sua glória. Usa com exclusividade a cruz, contrariando todas as amostras vaidosas humana – aquilo que detestam é o que mais os identificam com o seu Senhor. Vejamos que McGrath, 1996, p. 216 diz: ”...o significado de a cruz como marca distintiva dos cristãos, já neste conjuntura , torna - se bastante claro que o veredicto popular de que todas as religiões e seus 'fundadores' são iguais é um insustentável prejuízo”. 

São mundos diferentes, seja quando diante do Cristianismo, mas o diálogo visa convergir em unidade e nunca em fusão. Todo esforço para melhorar a compreensão mútua e o respeito em um ambiente altamente polarizado no mundo moderno, são substanciais, diz McGrath, (1996). Haja vista as dificuldade da harmonia, é normal que haja pontos intercomunicáveis e reconciliáveis, mas consideremos a possibilidade de superação das diferenças. Vejamos o que diz McGrath, 1996, p. 217: ”Os cristãos insistem que Jesus foi crucificado; Os muçulmanos insistem que ele não foi. Se o crente religioso realmente acredita em algo, então o desacordo é inevitável”.

Uma abordagem evangélica das religiões e da salvação (220-238)

O evangelicalismo de algum modo permite que falhas agudas do seu contexto de crença, articule as formas acadêmicas de questionamentos, uma vez que o convencimento a cerca de seus princípios doutrinário, resiste na coerência de sua estrutura credível na história da humanidade. Todo conceito está em um lugar de ideias muito bem sistematizada, reunidas a milênios a frente das demais religiões mundiais.

- Deus

Diferente do que ocorre nas outras religiões, o cristianismo possui um único intermediador, que se chama Jesus Cristo. Assim muitas religiões mundiais descordam do papel desempenhado por esse intermediador na elevação do homem ao ser superior. Por essa causa, Jesus Cristo passa ser um obstáculo ao diálogo. Pois a importância dada deveria se concentrar somente na pessoa de Deus. Quando vemos que muitos estudiosos pensam na religião como cada um distinta e convivendo em volta de um Deus para todos, podemos dizer que seria o mesmo que dizer, que todos os caminhos levam a Deus, o que para o Cristianismo é inconcebível diante das declarações do seu intermediar no evangelho de João. 

A compreensão inter-religiosa tem muitos fatores espinhosos, que beiram a radicalismo no sentido de barreiras. Para McGrath, 1996, p. 225: ”Eliminá-los seria alterar radicalmente essas crenças, ajudando a reconciliação inter-fé apenas na medida em que ele destruiu a distinção das religiões em questão”. Apenas o cristianismo afirma que Jesus Cristo não era apenas um homem, mas também o Deus único do universo. 

- Jesus Cristo

A concepção de Jesus Cristo para os cristão, está ligada a Trindade, um elo que emana a autoridade e não há como separar no fundamento do Cristianismo genuíno. Não há como reduzir a pessoa de Jesus Cristo apenas para acentuar uma convivência com outras religiões. Para McGrath, 1996, p. 228: ”Se o os pluralistas têm alguma fonte infalível de conhecimento sobre a natureza e propósitos de Deus à parte de Cristo, então qual é o objetivo de o Evangelho?” Não há como concordar que Jesus Cristo é meramente outro deus em meio a muitos deuses das religiões do mundo, sem que isso fira diretamente a estrutura da Trindade e consequentemente, toda base cristã. Alguns o tem apenas como um homem santo ou um profeta habilidoso, que disconfigurou as filosofias e morais religiosas do seu tempo. Nesse mesmo entendimento os pluralista vão se encaixar na afirmativa que Jesus pode ter utilizado ou adotado ensinamentos de outros mestres religiosos que apareceram antes dele.

- Natureza da salvação

Em geral, podemos dizer que a salvação cristã é uma libertação da alma. A salvação é a libertação de toda culpa e impiedade do pecado e das consequências do erro. A declaração de McGrath, 1996, p. 230, onde ele diz que “um observador mais neutro, livre da necessidade de insistir que todas as religiões do mundo são basicamente as mesmas, pode razoavelmente sugerir que elas não oferecem apenas maneiras diferentes de alcançar e conceituar a salvação; eles oferecem 'salvações' completamente diferentes ”. Nenhuma outra religião pode ter salvação, como no sentido bíblico - pois a salvação é um termo abrangente que denota todos os benefícios, físicos ou espirituais, graciosamente concedidos aos seres humanos por Deus - portanto, requer que o participante se arrependa de seu caminho errado e reconheça em Jesus Cristo que você precisa viver uma vida diferente. Um novo relacionamento com Deus é necessário.

- Salvação e religiões mundiais

Segundo McGrath, 1996, p. 235: ”Todas as religiões são salvíficas em suas próprias termos, no sentido de que oferecem uma concepção particular de salvação”. Assim, a salvação da alma em religião como judaísmo, no cristianismo e no islamismo, são similares. Nessas três religiões há o entendimento de que, após esta existência terrena, poderá haver outra vida, uma nova vida em um outro plano de existência. Para se referir a esse “outra vida”, essas religiões usam expressões como: Mundo Vindouro (judaísmo); Céu, Eterni­dade, Paraíso (cristianismo); Jannah ou Paraíso (islamismo). Mas a exclusividade do Cristianismo está no fato que há aceitação de vida eterna, apenas no sacrifício de Jesus Cristo, no qual as demais religiões se negam aceitar, o que torna essas concepções, não universal.

Além do mais diz o autor sobre as dificuldades de tradução a respeito do próprio termo salvação, em outras culturas, o que demonstra um enorme grau de dificuldade no entendimento, mas relata o autor que Hick ”argumentou que há um estrutura central comum a todas as religiões”, onde todos em tese acreditam de fato em algum tipo de ”salvação / liberação / iluminação / realização”. 

Problemas com pluralismo (238-240)

Para McGrath, 1996, p. 239, o ”Evangelicalismo, portanto, reconhece que o Cristianismo existe no meio de uma pluralidade de religiões”, contudo o problema maior estar em volta do número grande de povos e costumes diversos e com muitas particularidades a serem tradas, que não fundamenta paridade do exercício da cristandade, sem que tenhamos que alterar toda estrutura do pensamento na sua origem. São pontos tão intrínsecos, que podem romper um universo de fatores não circunstanciais essencial a manutenção da sociedade como todo. McGrath assevera que não vê necessidade alguma de fazer alterações nas convicções da fé cristã, seja para retirar ou para recuar, com intuito de atender demandas  do consenso religioso – seria como ceder as pressões das transformações terrenas, que sempre existirão e enquanto houver civilização, passaremos por muitas mudanças culturais, políticas e de pensamentos, porém a fé cristã ela está fundamentada em uma doutrina muito cristalina, com uma base fortalecida por um manual, que por si mesmo não aceita que se retire um ”i”. 

O cristianismo desempenhou ao longo da história um movimento primeiro de posicionamento e depois de resistência – onde em meio ao debate com os líderes judaicos e posteriormente com as filosofias gregas e seus ramos, o cristianismo resistiu e refutou toda as ideias contrária a sua base constituinte, sem considerarmos aqui a resistência física em função das inúmeras perseguições que acabaram em mortes de vários seguidores e líderes. 

O evangelicalismo é uma permanência firme de tudo aquilo que já foi posicionado e resistido. E a manutenção constante da integridade cristã que deve ser objeto de muito respeito, em função de sua história na sociedade, pelos exemplos e pelo legado em da trajetória. Por esse mesma trajetória histórica, que podemos acreditar na importância do evangelicalismo na jornada cristã universal – Assim como foi nos últimos embates do séculos das maiores mudanças globais, quando impulsionados pelo iluminismo, buscaram apagar a fé cristã, e hoje está desaparecidos pelo fracasso que se mostrou seu pensamento. Enquanto houve a perseguição no campo do pensamento filosófico, o que não era permanecer no território, os cristão migravam e se fortaleciam, exemplo das perseguições na Europa no século XVI e a migração para a América nos mesmo período. Enquanto a igreja como instituição se enfraquece em algumas regiões da América e Europa, há uma crescente individual e coletiva de novos cristãos se fortalecendo na América Latina, África e Ásia. Assim McGrath, 1996, p. 240, diz: ”Para os de fora, é espiritual dinamismo e ativismo, aliados ao intenso compromisso que é tão característico de crentes evangélicos individuais e igrejas, são fortemente indicativos de um crescimento significativo a longo prazo dentro do movimento”. 

CONCLUSÃO

O evangelicalismo está diante de muitos desafios, mas nenhum é tão importante em mundo multi religioso atual, como se manter firme em suas raízes primitiva de fundação. São necessárias portanto um posicionamento intelectual, estratégico, porém contemplado pela sua crença basilar na vida e na fé em Jesus Cristo, em um alto grau de capacitação acadêmica dos seus líderes, com um amplo envolvimento teológico em todos os sentidos.

FONTE

Alister McGrath: "Evangelicalsim and religious pluralism," in Passion for Truth: The intellectual coherence of evangelicalsim (IVP, 1996), pp. 201 - 240.


Minha foto
Rondineli SS
Sou casado com Shirlene e pai de um casal de filhos; Marianna e Phillipi. Amante do ensino bíblico, apaixonado pela bíblia, desde a conversão em 1997. Pastor certificado pela Igreja do Nazareno - Professor credenciado do STNB (Seminário Teológico Nazareno do Brasil) - Doutorando em Teologia - GCBC Great Commission Bible Colege - Mestre em Teologia e Estudos Bíblicos: WWES WorldWide Evangelical Seminary - Superior em Teologia Cristã - BTS - Birmingham Theological Seminary - Formação Ministerial e Teologia - STNB (Estratégicas) - Pós Graduado: Teologia, Sociologia e Filosofia - IPEMIG – Instituto de Pedagogia de Minas Gerais / Faculdade IBRA "Aqui estou eu! Envie-me." (Isaías 6: 8)


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