Ciência da Religião: Uma abordagem teológica considerando as variações de uma ‘Teologia do Novo Testamento'


INTRODUÇÃO

Vamos entrar em uma seara de assuntos extravagantes e naturalmente rico em argumento, que vão alimentar nesse artigo quais os ‘distanciamento em relação à pretensão normativa dos textos religiosos’, ‘a superação dos limites do cânone’, ‘o desvencilhamento das categorias ortodoxia e heresia’, ‘o reconhecimento da pluralidade e controvertibilidade dos esquemas teológicos no cristianismo primitivo’, ‘A interpretação de ideias teológicas a partir de seu contexto vital real’; e ‘a abertura perante a história da religião’.
O embate entre a fé cristã e a ciência da religião, expõe várias ferramentas e uma infinidade de recursos, que nos garante verdades provisórias e não absolutas o suficiente que atestam nossa confiança, uma vez que há inúmeras hipóteses a serem experimentadas, mas que devem ser acomodadas sem considerar uma amiga da outra, no limite dos conflitos sob a origem fatuais dos pontos que começaremos a escrever observando Gerd Theissen.

ESTRUTURA PRIMITIVA

Para Gerd a fé dos primeiros cristão estava inserida em um contexto próprio de força e necessidade pelas circunstancia existente intensa, especial, e incomum, porque essa é uma teologia que marcava seu comportamento genuinamente na vontade revelada e alicerçada nos escritos dos profetas, que apontava para a aliança dada na antiguidade e agora alcançada no ministério de seu líder Jesus Cristo.
A ciência da religião e a fé cristã são duas áreas circular muito distintas, global, que volta e meia se cruzam, nos mais delicados assuntos da existência humana ainda que de forma parcial, que na sua interseção propõe um vasto diálogo, onde nos permite identificar a linguagem a ser declarada. E importante salientar que a religião em si, e em especial a fé cristã primitiva desenvolveu pelas características de um povo com seus costumes em sua essência, que tem como função aproveitar o espaço de convivência e preservação de crença aceita, tal como é a sua defesa em todo sentido.
Se há uma defesa para preservação, se não houver uma acomodação para construção dos seus mais variados significados e o estudo de suas alegorias e simbolismo, perecerá nos conflitos das ciências.
Gerd, diz que, “Em primeiro lugar, a religião é um fenômeno semiótico. Com isso, distinguimo-nos de outras definições de religião. Não afirmamos que ela é a experiência do sagrado. Não dizemos também que seja uma projeção humana. Dizemos: ela é um sistema de sinais objetivo”. Então o dinamismo que afere essas questões passa pela transmissão da historicidade de um povo através de símbolos e textos dessa crença.

1) ‘O distanciamento em relação à pretensão normativa dos textos religiosos’;
A aderência as pretensão e expectativas dos textos religiosos, sempre foi um canal de ensinamento que promoveu em especial entre a comunidade da fé primitiva orientação comportamental que construíram de forma abrangente ações que visava restaurar sementes mal plantadas que afetaram o seu bem estar social e relacional com o Deus de sua fé, que se acredita intervir no sustento dessa fé promovida. Podemos nisso vê o passar dos tempos, frente a outras questões puras da época a modificação ou a intenção de alterar esse ambiente, seja pela técnica ou mediante a interpretação. Gerd diz, “A compreensão do mundo dá-se por meio de um sistema de interpretação: pelo senso comum no dia-a-dia, pela ciência, cultura e religião em campos especializados da vida. Por intermédio do trabalho e do conhecimento, o ser humano transforma seu mundo num lar habitável.”
O tamanho das pretensões humanas determina a escala de distanciamento promovido pela sua própria compreensão, no sentido de acompanhar ou não uma norma existente. Por isso que os textos religiosos vão esboçar um marco para uma comunidade que possui a fé cristã enraizada no corpo de sua liderança, no objetivo de preserva-la e defende-la.
2) ‘A superação dos limites do cânone’;
A formação do cânon vem para estabelecer um sinal construtivo que justificou seus esforços em delimitar o contexto da aceitação das literaturas disponíveis para os primeiros cristão, que até então, tanto a literatura canônica e a não-canônica tinham o mesmo valor religioso.
No lumiar, foi a acomodação da interpretação que permitiram definir de forma positiva e essencialmente pelo respeito à autoridade existente na comunidade ainda que não fosse fixas, mas fluida, e desprovida de dúvidas. Todo esse esboço foi construído no caminhar, que vieram a sobreviver ao segundo e terceiro séculos, especialmente em relação a Irineu e Tertuliano, que foram proeminentes nos critérios de aceitação, mas ainda o cuidado que a comunidade cristã viveu como processo da formação do cânon, que foi árduo e longo que não podemos transmitir nesta com explicações simples.
A formação do cânon responde a uma coleção de literaturas autorizadas de papel importante que rompeu vários séculos, gerações que formalizou a unidade da religião cristã, por meio de sua linguagem.
3) ‘O desvencilhamento das categorias ortodoxia e heresia’;
Até onde vai o limite da fé cristã quando ela rompe as fronteiras das outras ciências? Se estivermos no fundo do funil à literatura dos textos religiosos canonizados é inerrante pela fé e sem discussão, mas quando abrimos as alternativas e aproximamos da boca do funil podemos interpretar esses textos com a orientação da ciência da religião e acreditar que em nenhum lugar da bíblia ensina somente a bíblia?
Então propõe a ciência da religião o entendimento mais apropriado que pode impor mais heresias ou menos ortodoxias, mais que perigoso, usar o texto bíblico sozinho, pode resultar na construção de uma interpretação errada e muito pessoal, que se presume está ensinando teologicamente correto, mesmo que diferente, mas desprovido de verdade.
A organização da fé cristã versa na mudança, que condiciona e expressa através do seu ensino e forma de aceitação não conflitante, que utiliza o modelo da autoridade de Jesus Cristo, que passa a mensagem de referencia para inclusão e abertura que desqualifica o erro proposital, que não mereceu análise anterior o que não confere uniformidade, mas diferenças a serem reparadas no tempo.  
4) ‘O reconhecimento da pluralidade e controvertibilidade dos esquemas teológicos no cristianismo primitivo’;
O início da fé cristã encontrava dentro de um ambiente hostil, convidado em tempo integral em combater ensino herético de sua época, o que trouxe impacto diário e forçando adequar o seu relacionamento com outras tradições filosóficas científicas e religiosas. A pluralidade era persistente, e pairava no extremo da militância ou da busca da identidade, que viesse ser mais um componente que sempre flertava no conflito emergente com os demais que insurgiam em todo tempo.
O controle dos problemas era desafiado a contribuir para trazer credibilidade, que devera romper com as fronteiras daquilo que o cristianismo primitivo conhecia como válida e normativa, no sereno limite do seu desenvolvimento plural, baseado nas escrituras. Para Gerd, “(...) a linguagem da literatura e os sinais eram os motivos fundamentais que em diversas variantes perpassam os mais importantes grupos de textos, formas e temas”.
5) ‘A interpretação de ideias teológicas a partir de seu contexto vital real’; 
O contexto vital e real vai além do pensamento das pessoas e atravessa vivência material e incorporada que ocorrem no dia a dia, convergindo em experiências sociais marcantes que superam o comportamento em geral, já observado fatores como vestimentas, refeições, sexualidade, nascimento e morte. Esses fatores tidos como não religiosos validam também coisas físicas sacras, artísticas ou eventos vistos como somente espirituais que não podem ser observados por quem está fora do contexto de vida das ideias.
6) ‘A abertura perante a história da religião’;
As transmissões das experiências vividas pelas pessoas interagem mutuamente sem superioridade, mas que estão veladas no corpo interpretativo da visão de seus principais objetivos a serem alcançados. Esse dinamismo peculiar é o principal símbolo religioso que combina as três formas de expressão: mito, rito e etos.
Assim para a fé cristã essas expressões tem amplo sentido, real e vital para sua sobrevivência, já que o mito evolui com as condições históricas e étnicas relacionadas à sua cultura, através das ações dos seus personagens, que ritualiza na vida do homem - em cerimônias, danças, orações e sacrifícios como na sucessão de palavras e atos que, repetida, compõe uma cerimônia, enquanto que etos teologiza as normas vigentes.
CONCLUSÃO:
Se quisermos avançar com a compreensão mais dinâmica da religião, temos que ir mais profundo no seu significado mais puro e incorporar muitas ciências, o que significa irmos além das perguntas padronizadas, que ensaiam na psique a conexão social que variam de acordo com as fontes estudadas o que nos possibilita tornar esse trabalho mais árduo e complexo.
Não duvidamos disso!

Referências:



Minha foto
Rondineli SS
Sou casado com Shirlene e pai de um casal de filhos; Marianna e Phillipi. Amante do ensino bíblico, apaixonado pela bíblia, desde a conversão em 1997. Pastor certificado pela Igreja do Nazareno - Professor credenciado do STNB (Seminário Teológico Nazareno do Brasil) - Doutorando em Teologia - GCBC Great Commission Bible Colege - Mestre em Teologia e Estudos Bíblicos: WWES WorldWide Evangelical Seminary - Superior em Teologia Cristã - BTS - Birmingham Theological Seminary - Formação Ministerial e Teologia - STNB (Estratégicas) - Pós Graduado: Teologia, Sociologia e Filosofia - IPEMIG – Instituto de Pedagogia de Minas Gerais / Faculdade IBRA "Aqui estou eu! Envie-me." (Isaías 6: 8)


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