As diferenças fundamentais que existem entre a ‘fé’ e a ‘esperança’ na dimensão escatológica do ‘já’ e o ‘ainda não’ apontando as implicações de ambas (fé e esperança) para a missão da igreja conforme o capítulos ‘XXI e XXII do livro ‘Introdução a Teologia Cristã’ de Orton Wiley e Paul Culbertson
A
escatologia é o objeto nessa reflexão que procura elencar a mais densa
responsabilidade a respeito das diferenças que impactam o papel missional da
igreja com anseio no desenvolvimento pleno de fé e esperança. A doutrina das
ultimas coisas é uma construção de um pensamento forte que convergem para
ensinamentos que devemos nos basear somente nas escrituras como ponto
constitucional e vital de nossa aprendizagem e afirmação.
AS ÚLTIMAS COISAS ESCRITAS
Se
formos descrever aqui a visão escatológica bíblica, vemos o apóstolo Paulo
acreditando em alguns aspectos inerentes ao fim dos tempos ou dos últimos dias,
como se alguns já eram realidade e outros não, ou seja, "já e ainda
não".
Paulo
escreve ao 1 Coríntios 15: 24-26; “Então
chegará o fim, quando [Cristo] entregar o reino a Deus Pai, depois que ele
tiver destruído todo domínio, autoridade e poder. Pois ele deve reinar até que
tenha posto todos os seus inimigos debaixo de seus pés. O último inimigo a ser
destruído é a morte”.
Embora
ensinado que muitas promessas já haviam sido inauguradas quando Cristo
ministrou pessoalmente, outras bênçãos estavam reservadas para serem cumpridas
no findar do julgamento da segunda vinda.
MORTE E IMORTALIDADE
Ao
saber que a morte é o prêmio de uma vida pecaminosa que não obteve a
justificação em Cristo em função da descrença no filho do Homem e por ter
negado seu sacrifício vicário, nisso vislumbra a pena física e espiritual... maldita é a terra por sua causa;
com sofrimento você se alimentará dela todos os dias da sua vida... Com o suor
do seu rosto você comerá o seu pão, até que volte a terra, visto que dela foi
tirado; porque você é pó e ao pó voltará. [1]
Cristo provou a morte para que pela graça de Deus pudéssemos
receber novamente a vida eterna, nesse sentido os cristãos, no
entanto aceita a ressuscitação Dele dentre os mortos para assentar a direita de
Deus pai nos lugares celestiais, acima de todo domínio, autoridade e poder, acima
de todo nome que é nomeado, não apenas nesta era, mas também no que está por
vir.
Paulo
ao citar 1
Corinthians 15:20-28 ele enumera entre os versos 20 a 22 a
ressurreição universal e no verso 23 uma ordem de novo tempo, cada um por sua
vez: Cristo, as primícias; e quando ele vier, aqueles que pertencem a ele
depois em sua parousia, conforme sugere em Apocalipse 20, com a "primeira
ressurreição". Paulo continua a informar no verso 24 que então chegará ao
fim, quando ele entrega o reino a Deus Pai, depois que ele destrói todo domínio,
autoridade e poder do mal, e assim no verso 25 com os seus inimigos debaixo de
seus pés ele apresenta no verso 26 o último inimigo a ser destruído, a saber; a
morte.
Diante
desse ponto ilustrado nas letras de Paulo, compreendemos que Deus possui exclusivamente
em si mesmo a imortalidade plena e absoluta (1 Timóteo 6:16) e contudo cedeu ao
homem o dom dessa imortalidade originalmente no Éden, desde que fiéis a sua
aliança de obediência e vivendo em plena comunhão com Ele. Nisso “o espírito do
homem distingue-se do dos animais e a convicção de uma vida além-túmulo para o
homem é representada com clareza em (cf. Ecle. 3:21; Jó 19:25-26; Salmo 90:10)” [2]. Nesse pensamento a morte veio em
função da desobediência, a perca da imortalidade foi um fato penal em função da
quebra de uma aliança e a falta de comunhão que agora é restaurada por Cristo,
que nos remete novamente a viver a imagem e semelhança do Pai, nos fazendo
participante de sua bênção vindoura, que se completará no seu glorioso retorno
e estabelecimento do seu reino eterno.
OS SINAIS DA VOLTA PESSOAL DE
CRISTO
Os
autores de ‘Introdução a Teologia Cristã’ diz que “... os assuntos da segunda
vinda do nosso Senhor entraram num dos pontos mais delicados e controversos da
teologia”.
Há
inúmeras semelhanças entre fatos reais e as escrituras diante de acontecimentos
verídicos que foram sinalizados na bíblia que nos remetem ao tão próximo
possível ao estabelecimento do reino de nosso Senhor Jesus Cristo quando da sua
segunda vinda triunfando de forma a nos dá a mais brilhante esperança e fé gloriosa
do Salvador, que permeia as suas orientações a compreender em Mateus 24 que nos
encoraja a persevera em virtudes de 12 claros sinais que antecederiam os eventos finais a respeito da maneira como Ele viria, com
qual propósito e a associação aos três estágios do triunfo; à
ressurreição, ao julgamento e à consumação final, conhecidos como o "Dia
do Senhor".
1. Haveria
falsos cristos (Mateus 24: 5)
2. Haveria
guerras e rumores de guerras (Mateus 24: 6-7)
3. Haveria
fome (Mateus 24: 7)
4. Haveria
pestilências ou doenças generalizadas (Mateus 24: 7)
5. Haveria
terremotos em locais novos ou diferentes (Mateus 24: 7)
6. Haveria
perseguição, assassinatos e ódio ao povo judeu (Mateus 24: 9)
7. Muitas
pessoas se ofendem facilmente (Mateus 24:10)
8. Haveria
traição generalizada um ao outro (Mateus 24:10)
9. Haveria
ódio generalizado das pessoas contra outras pessoas (Mateus 24:10)
10. Muitos
profetas falsos enganarão as massas (Mateus 24:11).
11. Haveria
injustiça generalizada, comportamento imoral, crime e profanidade (Mateus
24:12)
12. Haveria
frieza ou indiferença para com os outros, em vez de amor (Mateus 24:12)
O MILÊNIO E OS ADVENTOS DEFINIDOS
O
apóstolo Paulo tem uma base nas perspectivas comuns do Antigo Testamento sobre
o desígnio de Deus para a história, quando os judeus em sua maioria do primeiro
século [4] aceitavam com mais intensidade que
essa história se dividia em duas eras: "esta era" e "a era porvir".
"Esta era" era um termo técnico que designava a era atual do pecado,
julgamento e morte. Mas "a era por vir" era a era do julgamento final
contra os inimigos de Deus e das bênçãos finais para o povo de Deus. Nesta
perspectiva, para nós Cristãos a vinda do Messias ou Cristo foi o ponto de
virada entre essas duas eras. Quando o Messias chegasse, ele traria o fim desta
era e introduziria as maravilhas da era vindoura.
Assim,
sermos participante dessa era vindoura implica em estar "em Cristo" é
estar em união com Jesus, de modo que, ao passar dessa era para a outra,
através de sua morte e ressurreição, é viver o seu reinado, o seu milênio.
Quando o milênio vai ocorrer?
A colocação adequada em relação aos “mil anos” referido em Apocalipse
20 é de difícil consenso entre várias correntes cristãs atuais, tendo como
resultado algumas visões defendidas: pré-milenismo histórico, pré-milenismo
dispensacionalista, amilenismo e pós-milenismo. Os prefixos pré- e pós- antes da
palavra milênio têm a ver com o momento da segunda vinda
de Cristo em relação ao próprio milênio. O termo pré-milenismo se refere à crença de que a Segunda
Vinda ocorrerá antes do milênio. O termo pós-milenismo se
refere à crença de que a Segunda Vinda ocorrerá após o milênio. Na verdade, o
amilenismo é uma versão do pós-milenismo nesse sentido, porque os amilenistas
creem que a segunda vinda de Cristo ocorrerá após o milênio.
Ocorrendo
nesse ou naquele sentido da visão de várias correntes cristã, o autor em Introdução a Teologia Cristã [5] diz algo elementar para nós apoiado nas palavras de (Brown,
A Segunda Vinda de Cristo, p. 112) que afirma "quando o advento chegar a intercessão terminará; terminando esta,
cessará também a salvação. Quando Cristo aparecer pela segunda vez a nós, deixará de se apresentar
diante de Deus por nós", nesse prisma eles dizem “... na continuidade
da obra de salvação durante o milênio. O fundamento desta objeção encontra-se
naquelas passagens que parecem indicar que quando Cristo vier cessará a
intercessão e começará o julgamento”. (Heb. 7:25; 9:12, 24-28).
Então
esse período de transição entre o presente tempo e o futuro, entre o já e o
ainda não, redundará na passagem do natural para o espiritual de fato, da
imanência para transcendência de Deus.
Nosso
Senhor Jesus Cristo no primeiro evento, ele serve aos homens e no segundo
evento, eu retorno ele assume o trono majestoso para comandar um grande
império, que foi estabelecido como o dia do Senhor, que será também histórica,
pois a ressurreição dos justos e pelo arrebatamento dos vivos, se dando nas
nuvens [6] elevando
a igreja santa de Deus a um momento memorável nos ares.
Na
revelação dos últimos dias Cristo no seu regresso começará o seu julgamento,
tratando de consumar a queda do Anticristo e a prisão de Satanás [7] “Segundo Apocalipse 9:1,11; 11:7;
20:1-3, podemos concluir que o poço do abismo tem uma tampa (9:1)que pode ser
aberta (9:2), fechada (20:3) e selada (20:3). João vê que o anjo tem a chave do
abismo e uma grande corrente (20:1). Diz que ele prendeu a Satanás por mil anos
(20:3)”.
ESTABELECIMENTO DO REINO E A VITÓRIAS
DOS SANTOS
A
igreja visível se estabeleceu na terra em crescente militância, expandindo o
reinado do nosso Senhor nos corações dos homens, e entronizará por toda
eternidade no dia do arrebatamento dessa igreja universal e no sentido amplo, o
reino de Deus está dentro em vós (Lucas 17:21). No fim de todas as coisas
no topo das conquista está à chegada de novos céus e a nova terra, repleta dos
santos com um novo corpo e um novo nome, livre das mazelas que os assolava
nesta era, como a decomposição, dissolução e morte, assim como de tudo o que
tende para a morte, enfermidade, dor e sofrimento[8].
JUIZADO DA GRANDE CAUSA
O
Senhor e Rei desse reino estabelecido e amplamente vitorioso reunirão em uma assembleia
geral para julgar uma grande causa, que será presidida pelo justo juiz. Deus é
competente e infinitamente sábio para deliberar os mais íntimos segredos dos
corações dos homens, em que colabora verdadeiramente em Jesus homem, que Ele
é quem foi constituído por Deus Juiz de vivos e de mortos (Atos 10:42),
para que seja apresentado o verdadeiro eu nos homens com seu caráter,
manifestando a glória de Deus no bem que esse fez e a ira do Senhor naqueles
que não fizeram, ... para que cada um receba segundo o bem ou o mal que
tiver feito por meio do corpo (II Cor. 5: 10).
FÉ E ESPERANÇA
Nossa
fé estará estabelecida naquilo que o nosso Senhor Jesus Cristo prometeu que faria;
Ele virá. Sim, nossa esperança é morar no Céu. A dependência dessas duas
condições não nos permite separar um do outro, a bem da igreja que ouve a voz
do mestre que creem nEle. Jesus disse aos seus discípulos: “Pois vou
preparar-vos lugar. E, quando Eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos
receberei para Mim mesmo, para que, onde Eu estou, estejais vós também” (João
14:2, 3). Somos atraídos por essa mais bela perspectiva que nos chama a uma fé
fervorosa, irredutível e a uma esperança que pacientemente espera nessas
promessas o cumprimento de suas convicções, permitindo no dia a dia a
insistente pregação do Salvador, do ungido de Deus, que se deu em favor de
todos, para o grande privilégio de um dia vermos face a face como Ele é, afirmado
pelo apóstolo João (Apocalipse 22:4)
CONCLUSÃO
A missão da igreja, ou seja, dos santos é aguardar com
esperança e fé o casamento. Essa esperança e fé faz com que nos envolvamos mais
no evangelismo que expande esse grande reino e no testemunho que envergonha o
pecado, dando sabor a essa terra marcada no fracasso e na esterilidade que não
produzem frutos porque não estão na videira verdadeira. Aguarda-nos para o grande dia um lugar chamado
Céu onde as bem-aventurança eterna é a natureza de uma felicidade que não
podemos comparar com a desse mundo “já”, mas que no “ainda não” é real em
Cristo que já nos deu muitas... amostras sobre o que Deus preparou para os que o amam[9].
Não duvidamos disso!
Rondineli da Silva Souza
Fonte:
[2] Orton Wiley and Paul Culbertson, Introduction to
Christian Theology (Kansas City, Mo.: Beacon Hill, 1946), p. 461.
[5] Orton Wiley and Paul Culbertson, Introduction to
Christian Theology (Kansas City, Mo.: Beacon Hill, 1946), p. 475
[9] Orton Wiley and Paul Culbertson, Introduction to Christian
Theology (Kansas City, Mo.: Beacon Hill, 1946), p. 475