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Crítica textual das três vertentes milenistas tendo como base o pensamento central do autor Millard J. Erickson - livro ‘Escatologia. Polêmicas em torno do Milênio’ Parte Dois (Conceitos Milenistas)


Refletindo a escatologia como algo com um potencial enorme para aceleração cardíaca, dado a enorme atenção necessária tanto a compreensão do assunto, bem como a sua própria interpretação. Baseando em Apocalipse 20: 1–10, afinamos os pontos centrais entre os três pensamentos:



1 – Pós-milenismo: Sobre essa corrente apoia o entendimento interpretativo que o reino de Deus está presente agora, ainda que com a ausência do Rei, mas equipado por ele na esperança de paz como sendo um resultado natural, sem literidade da duração do Milênio, ou seja não necessariamente mil anos do calendário, onde gradualmente o reino é propagado pelo evangelho.
2 – Amilenismo: Uma corrente de uma interpretação que reconhece o simbolismo aplicado nos elementos da escatologia em apocalipse, dando importância a realidade da história em direção ao seu curso final, mas que, no entanto não se preocupa com “uma exteriorização, ou uma melhoria das condições, não ensinando que o mundo inteiro será convertido antes da volta de Cristo, nem que as condições do mundo inevitavelmente piorarão”, assim afirmam que há duas diferentes ressureição descrita, a espiritual e a física.
3 - Pré-milenista: Uma corrente que usa a forma literalista da interpretação, se tratando da escatologia apocalíptica, com apoio futurístico cunha com mais proximidade a abordagem “mais literal de interpretação dos escritos proféticos, o que tende a nos deixar mais otimistas quanto à possibilidade de determinar o significado desses escritos”.
Minha crítica:
Faz necessário conforme o autor expôs se apoiar na hermenêutica do texto de Apocalipse 20: 1–10 para compreender o que vem está escrito, quando perguntamos: o que João pretendia dizer à igreja de seu tempo? Ao fazer isso, ficou claro que João media o conflito entre as forças da luz e das trevas de formas extraordinariamente simbólicas, figurativas, visionárias e descritivas. Obvio que, no conflito entre luz e trevas, Jesus está nos conduzindo no plano de salvação nos dias finais, no porvir.
Afirma o autor que ainda que ele tenha uma visão pautada nos argumentos exegéticos a favor do pré-milenismo, não podem servir de motivo para a separação da verdadeira igreja de Cristo, ainda que cada um com suas convicções e alternativas interpretativas em diversos pensamentos.

Rondineli da Silva Souza

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